Estamos falando de uma equipe que está doente e ninguém faz nada para curar
Com esta frase, Theofanis Gekas abriu uma entrevista para o Sportdog. Gekas também diz que não está arrependido de sua decisão de aposentar-se da seleção grega, e, falado sobre os prováveis problemas envolvendo (provavelmente) Katsouranis e/ou Karagounis, ele disse:
"quando chegar a hora eu vou dizer tudo"
Gekas ainda revelou que, caso voltasse a jogar na Grécia, só voltaria para jogar no Olympiakos, "pois é o único lugar onde se trabalha com profissionalismo".
Entrevista completa:
Você está frustrado pela maneira com que receberam (a notícia de sua aposentadoria da Seleção) na Grécia?
É com um pouco de tristeza, já que estou jogando muito bem no Eintracht Frankfurt este ano, enquanto no passado, muitos estão tristes pela maneira que lidaram com a minha aposentadoria da Seleção. Nunca tentei entender o que eu fiz porque eu fiz, mas no fim, quando eles aprenderem a verdade, Eu sei que seria justificado. Não ligo sobre pessoas que me criticam sem saber da verdadeira situação, mas ouvir comentários negativos de pessoas que sabiam de tudo e decidiram esconder, é algo frustrante. A razão pela qual eu saí da Seleção é muito importante e espero que quando o mundo inteiro saiba o que aconteceu, respeitem e justifiquem minha decisão.
Você acha que chegou a hora de denunciar ?
Não, porque eu ia querer o mal da Seleção? espero que a equipe consiga ir o mais longe e melhor possível, mas com a mentalidade que existe dentro do grupo, é muito difícil. Digamos que o time está doente e ninguém faz nada para curá-lo.
A imprensa grega recentemente suspeitou que o jogador que está causando todos estes problemas é Kostas Katsouranis.
No primeiro momento, não vou denunciar nenhum colega de equipe em público. Não é o momento apropriado, a Seleção tem responsabilidades importantes. Quando chegar o momento certo, falarei tudo, mas não vou agir como um malandro e jogar minha responsabilidade para os outros. A tarefa que deixo para os outros... Você sabe o que mais me incomodou. Ver gente que administra a Seleção, que sabia porque eu saí, e concordaram comigo, não ter coragem de mostrar a cara e me apoiar.
Porém, foram os primeiros que atiraram e tentaram jogar toda a culpa em mim. Se eu fosse o problema do time, ele estaria salvo, pois eu não jogo mais. Acho que este foi o maior erro da EPO, mas todo mundo será julgado por seus atos e consequências.
Cansei de ver jogadores que mudam de humor dependendo se estão ou não entre os titulares. A Seleção está acima de tudo. Acima de qualquer egoísmo ou interesse pessoal. Este é meu ponto de vista.
Você se arrepende da sua decisão? Acha que eles não pensaram adiante o suficiente? Fernando Santos declarou que aprovaria um possível retorno.
Não me arrependo de nenhuma palavra. Não é costume meu dizer algo e dizer o contrário em seguida. Assegurei-me que pensei bastante antes de chegar à conclusão. Eu decidi, e continuo dizendo: chega de Seleção para mim."
Em uma entrevista à imprensa alemã, você disse que "na situação atual, não há como voltar à Seleção", mas frisou que "ninguém sabe o que acontecerá no futuro".
Mas eu não resolvi os problemas que me fizeram sair. Acho que o que eu falo é muito claro. Não houve nada concreto para tentar mudar uma situação que todos concordavam que era inaceitável, então minha opinião não muda. Minha carreira na Seleção acabou. Todo mundo que já vestiu a camisa pelo menos uma vez sabe como esta decisão é difícil. Mas eu repito o que eu disse no final.Não me arrependo de nada porque sei que estou certo e eles conhecem muitos que foram apedrejados hoje.
Se amanhã, Fernando Santos ligasse e dissesse "Fanis, eu preciso de você na Seleção", o que você responderia?
Se os problemas que me fizeram sair não forem resolvidos, voltar seria uma coisa impensada.Porém, não acredite completamente nisso ou em uma volta estrondosa, não há como voltar atrás.Na situação atual, é impossível.
Voltaria a jogar na Grécia?
Se eu recebesse proposta, a única equipe onde eu jogaria seria o Olympiakos. É o único clube que trabalha como um clube profissional
Você saiu do Panathinaikos de maneira conturbada, e disse que nunca mais jogaria lá. Vários ex-jogadores do Panathinaikos também não falam bem do PAO após saírem de lá.
Não quero voltar àquela época. Todo mundo pode entender em que humor eles deixam a maioria dos jogadores no time. Todo mundo que saiu teve suas razões, e eu tive as minhas. Não quero dizer nada sobre o Panathinaikos.
Problemas com jornalistas?
Não tenho um bom relacionamento (com os jornalistas). As coisas são simples. Eu não gosto e eles não gostam. Não sei porque isso acontece. Na Grécia, há um problema. A análise de jogadores é algo subjetivo. Às vezes, um jogador tem um jogo horrível e mesmo assim é eleito o melhor da partida. Não entendo porque. Ocasionalmente, leio algumas coisas e acho que a imprensa tem uma parcela de culpa pela estagnação do futebol grego.
Você se sente errado?
Muitas vezes eu penso: "O que você fez? Você considera isso?" "Porque tantas pessoas têm tanta coisa contra mim?" Não sei a razão e isso já não me preocupa mais. Vamos deixar com eles mesmos.
Você tem falado com algum companheiro de seleção?
Ultimamente, com poucos. Com aqueles que me apoiaram e demonstraram-se amigos perante a dificuldade, e que não têm medo de falar sua opinião.
A EPO respondeu com o seguinte comunicado:
Quando Fanis Gekas falou sobre a Seleção com reclamações inespescíficas, escolhemos não entrar em um diálogo público com ele, pois a EPO reconhece, respeita, e dá o direito de voz a todos seus jogadores.
Observamos a mesma atitude hoje, embora os fatos apontados por Fanis Gekas ultimamente não encontraram resultado. Não entraremos no processo de interpretação do comportamento do jogador, embora seria bom para ambas as partes explicar todo o processo, pois a motivação é realmente incompreensível.
A EPO continua respeitando a decisão de Fanis Gekas, mas é hora de respeitar a si mesmo e ao resto do grupo e pôr um fim à agressividade perante a Seleção.
O que não é uma doença, e sim um "pequeno mal-estar".
O gol histórico de Salpingidis em passe de Katsouranis, que cresceu demais ao passar a trabalhar mais à frente como um meia e foi o melhor em campo, fez justiça à perseverança grega no final do primeiro tempo. Ao contrário da primeira partida, o 4-3-3 foi mais funcional e ágil na frente.
